O MEU SONHO AMERICANO DE NATAL #Postxmas















#1 POSTXMAS

É inevitável, sou uma eterna romântica. Sou uma permanente apaixonada. Há dias estava eu, sozinha no meu canto, a ouvir uma música lamechas e pirosa, com os olhos bastante luzidios. Chega-se o meu pai e pergunta-me: “estás apaixonada Raquel?”. Ri-me baixinho entre os dentes. Primeiro disse-lhe que não. Mas logo, poucos segundos depois, respondi-lhe que sim. Estava apaixonada. Não por alguém, mas por algo. Uma fantasia. Como é o exemplo do meu sonho americano de Natal. O Natal e o frio, embora seja um paradoxo, aquecem-me o coração, a alma. 

Por mais que digamos que devemos ser bondosos, apaixonados e humildes todo o ano, todos sabemos que o Natal é aquela altura do ano. Onde todas estas emoções vêm mais à flor da pele. O ser humano precisa de metas, objetivos, propósitos. O Natal é um deles.

New York, New York! A cidade das luzes. A minha cidade do amor e da paixão.  Vestido azul escuro, casaco de pele e acompanhada por um gentleman de smoking, bengala e cartola.

“Noite, rodeados de um frio acolhedor, aconchegante e reconfortante. Iluminados por lâmpadas sorridentes, enquanto saímos do Grand Hotel. Dirigimo-nos para um concerto da grande Voz: Frank Sinatra. Pelo caminho, crianças, com fatiotas que são um mimo, a brincarem com a neve, felizes e ingénuas. Montras de brinquedos e alegrias. E nós, a caminhar, apaixonados. Não sabemos porquê, nem temos de saber. O saber estraga o sentir. Estamos e sentimos. É o que importa.”

Desculpem-me. Ou aliás, desculpem o meu pensamento. Fugiu-me. Eu avisei-vos. Sou uma pirosa e romântica incurável. Mas a verdade é esta. O Jazz e o Natal são algumas das minhas grandes paixões. Crio e recrio histórias e filmes na minha cabeça. Vivo nela, aliás.

Estranhamente, o gentleman que o meu pensamento vos descreveu, não tem face. Talvez porque nunca irá alguma vez ter. Não existe, é uma utopia. Talvez esteja na sua impossibilidade a sua magia. Diz Fernando Pessoa num dos seus poemas “Eu amo tudo o que foi, Tudo o que já não é”. Eu teria ainda a ousadia de introduzir um verso: “e tudo o que nunca será” …

Às vezes pergunto-me se morrerei sozinha na minha paixão solitária. Se ninguém se apaixonará também pela minha fantasia.

Apaixonem-se comigo e deliciem-se com este videoclip:

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Raquel Banha

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